Certa vez, enquanto passava pelo mercado municipal de Santos, me chamou a atenção um “box” de frutas; ali, em muitas caixas estavam escritas, frases do tipo: “creia em Jesus”, “só Jesus pode te salvar”, Jesus te ama”, etc. Aproximei-me e vi que o dono era um japonês muito simpático. Depois de alguns momentos de conversa, descobri que ele era o pai de uma jovem que esteve conosco num “Retiro”, e que freqüentava a nossa igreja.
Naquela oportunidade falamos sobre muitos assuntos. Contou-me que havia chegado ao Evangelho através de uma grande dificuldade que passara com uma das filhas, devido a problemas com drogas. Depois daquele primeiro contato, sempre que passava por ali, parava um pouco para conversarmos. Mas, naquele dia, ele falou uma coisa que me marcou bastante, acerca de todas aquelas caixas escritas com frases que apontavam para Jesus; disse ele: “Este é o meu púlpito”.
Aquilo me levou a pensar, o quanto temos perdido de vista o nosso “papel” como cristãos. Isto é, de fazer do lugar onde Deus nos colocou e vivemos o nosso dia-a-dia, um ambiente de pregação do Evangelho. Aquele seu modo de ver o seu ambiente cotidiano, nos faz enxergar que púlpito, não se trata, exclusivamente, daquele espaço “sagrado e intocável” ocupado por uma estante, que muitos ligados aos aspectos mais tradicionais que bíblicos, às vezes chegam a venerar.
Essa visão nos lembra a simplicidade dos primeiros cristãos, que destituídos das tradições, que ainda estavam por vir, faziam do seu ambiente cotidiano, um lugar que hoje muitos o têm como um espaço restrito ao pastor.
Penso que ele não tinha um nome melhor para dar àquele lugar. Pois, ali, onde vivia o seu dia-a-dia, mais do que vender as suas frutas e obter o seu sustento, ele tinha o nobre objetivo de anunciar Jesus. Imagine comigo, como seria bom se todos nós cristãos tivéssemos uma visão assim. Se homens, mulheres, jovens e adolescentes fizessem do seu lugar de atividades; onde trabalham, estudam, se divertem ou mesmo em ocasiões isoladas como numa fila do banco ou sala de espera, o seu púlpito; e, dali, mais do que qualquer coisa que estivessem fazendo ou por fazer, anunciasse o Evangelho do Senhor Jesus.
Enfim, de acordo com a visão daquele irmão, cada um de nós tem o seu púlpito. Resta-nos considerar se realmente temos feito desse ambiente onde Deus nos colocou o nosso púlpito, lugar de pregação e testemunho? Que possamos ter a visão bíblica onde cada um de nós é um missionário, onde quer que esteja.
“...anunciando-lhes o Evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.” Atos 11:20-21.
Pastoral
Por: Rev. Nelson França em
Soli Deo Gloria